Amor de guerra!

  

   O texto começava assim:

“Mais um dia mais um sobrevivente. Não sei quanto tempo ainda permanecerei na luta, mas acho que o objetivo principal de uma batalha não é vencer, mas sim aprender, aprender com seus erros, suas dúvidas, suas inquietudes, sua ignorância, seu medo e acima de tudo sua coragem. Acho que não há qualidade maior do que a coragem, ela nos faz fazer coisas inacreditáveis e acredite irmãos dependendo do propósito você não faz noção do que somos capazes de fazer.
Sabe a maioria das histórias trágicas começam envolvidas com mulheres, nada contra elas, nada contra você, mas não podemos mentir o código é bem claro. E se tem uma guerra que é interminável, essa é o amor incorrespondido.
Se você estiver lendo esta carta agora é porque minha batalha chegou ao fim. Ninguém acredita quando acaba, mas é necessário para dar fim ao sofrimento.
Não vou mentir, eu sabia que você não pertencia a mim, você não pertencia a ninguém, você era do mundo e o mundo era seu também. Mais quando te conheci naquela tarde senti coisas que há muito tempo não havia sentido e assim como o amor você me fez sentir também a dor, a dor por talvez não saber se amanhã você estaria ali comigo ou a dor por saber que nada na minha vida fazia mais sentido se não houvesse você.
A parte mais difícil foi te esquecer. Parar de mandar cartas, e-mails, mensagens. Mas acho que um pouco mais difícil que isso foi no dia em que te encontrei no bar com aquele ninguém, isso sim foi mais difícil. Dói muito quando sabemos que a pessoa que nos mantêm conectados  simplesmente fica bem melhor sem você, para ela você não faz a mínima diferença e isso machuca, fere, corta por dentro, corta tanto a ponto de um dia você não ter mais forças e simplesmente largar tudo de mão.
Quero que saiba que dos amores que tive você foi o mais doce e ao mesmo tempo mais traiçoeiro, você me ensinou a amar intensamente mais também me ensinou que sofrer faz parte e sinceramente eu me odeio por te amar tanto, espero que quando leia esta carta entenda que por amor eu nasci e também por amor a ti eu morri.”

Assim terminou a carta sem mais sem menos e com ela lágrimas desciam dos olhos de uma mulher que acabara de perceber que perdera o seu único e verdadeiro amor.